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Tomar Fluoxetina Emagrece ???


Pílula antigordura? Que nada! Levada pelo desejo de perder peso rapidinho, muita gente está tomando fluoxetina, medicamento antidepressivo conhecido na ala feminina como "bolinha mágica". Confira como essa substância age no organismo e fuja a tempo dessa cilada. Todo ano é a mesma história: com a chegada do verão, começam a pipocar receitas malucas que prometem eliminar vários quilos quase que do dia pra noite. E muitas mulheres embarcam na loucura de comer abacaxi durante um dia inteiro, passar a semana à base de sopa de legumes, mandar ver nos laxantes...
Porém, a moda da próxima estação vai mais longe e envolve uma substância que o Ministério da Saúde proíbe que seja usada como remédio contra a obesidade: trata-se de um antidepressivo batizado de fluoxetina. Isso mesmo, tem gente espalhando por aí que tomar Prozac, nome comercial mais popular da droga, ajuda a enxugar os excessos e preparar o corpão para entrar naquele biquíni pequenininho. Antes de aderir a essa onda e começar a tomar as tais pílulas mágicas (e perigosas), confira como elas atuam no metabolismo e podem custar caro à saúde.

O que é a fluoxetina?
"É um medicamento antidepressivo que eleva a concentração de serotonina (hormônio que dá a sensação de bem-estar) no cérebro", explica o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Essa substância é indicada e aprovada pelo Ministério da Saúde para combater os sintomas da depressão e amenizar as crises de tensão pré-menstrual (TPM), quando há grande oscilação dos hormônios e a mulher fica mais sensível. Contudo, não tem autorização para ser utilizada como remédio para emagrecer.

A droga é eficaz para secar gordura?
A perda de peso é um dos efeitos colaterais. Isso porque a pílula provoca um aumento na sensação de saciedade e diminui a compulsão alimentar, principalmente por guloseimas ricas em açúcar. Dessa forma, a pessoa passa a comer menos e, conseqüentemente, consegue afinar.

Existe algum efeito colateral negativo?

A longo prazo, o consumo pode levar a distúrbios cardíacos e à doença de Hashimoto, síndrome que se caracteriza pela produção exagerada de anticorpos pelo sistema imunológico e que agride a glândula tireóide, diminuindo sua capacidade funcional. Além disso, há casos de pessoas que, ao contrário do que vem sendo divulgado, apresentam ganho de peso durante o tratamento com a substância.

Volta-se a engordar ao interromper o uso do medicamento?
O resultado conquistado é provisório, ou seja, quando a paciente pára de tomar fluoxetina, recupera os quilos perdidos - às vezes, até mais! "Após a ingestão, a droga precisa ser metabolizada pelo fígado para depois ser transportada até o sistema nervoso, onde age. Acontece que, para isso, ela inibe as enzimas hepáticas, suspendendo o metabolismo da matéria-prima de 24 hormônios do organismo. A deficiência hormonal estimula a tireóide a trabalhar em excesso, o que acarreta a perda de apetite e a sensação de saciedade. Mas quando o tratamento é descontinuado, a vontade de comer vem em dobro e, se a pessoa não se controlar, acaba abusando e ganhando peso", relata o endocrinologista César de Souza Lima Colaneri (SP).

Volta-se a engordar ao interromper o uso do medicamento?
De maneira nenhuma. É essencial passar por um médico que avalie se a paciente precisa (e pode) ou não tomar fluoxetina. Caso o especialista identifique sinais de depressão ou de TPM, pode prescrever uma receita para que ela compre o medicamento na farmácia. Um bom profissional, entretanto, jamais deve lançar mão do antidepressivo como instrumento para queimar gordura.

Pare e pense!
Entendeu por que não compensa cair no conto da fluoxetina para mandar embora aqueles quilos extras? O doutor Alfredo Halpern destaca que para emagrecer com saúde é preciso escolher um método que, além de ter sido desenvolvido para esse fim, combine com seu estilo de vida - e isso não significa rejeitar os tratamentos com drogas. "Hoje existem substâncias seguras, que não prejudicam a saúde enquanto controlam o apetite ou reduzem a absorção de gordura. O que não vale é usálas de modo indiscriminado, sem antes consultar um endocrinologista nem parar para avaliar se você precisa mesmo desse recurso", alerta. E avisa: "Também não adianta achar que a ciência opera milagres e substitui a reeducação alimentar e a prática de atividade física na batalha para entrar em forma."

Fonte: Cibele Carbone, corpoacorpo.uol.com.br


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